O papel dos animais domésticos em nossa sociedade tem mudado bastante nas últimas décadas. Os cães, que antes viviam fora da casa para guardá-la e se alimentavam com restos de alimento, têm cada vez mais o tratamento de um membro da família.
Uma consequência disso é que, com o convívio mais próximo, o comportamento dos donos tem afetado de maneira profunda os animais. Medos, frustrações e ansiedade os afetam a ponto de causar distúrbios psicossomáticos.
Nas clínicas veterinárias, os donos relatam ter percebido sintomas de ansiedade e medo excessivo em seus cães, principalmente quando deixados sozinhos em casa. Os sinais mais comuns são micção em local inapropriado, vocalização excessiva, salivação, vômito, taquicardia, ofegação, entre outros.
Essas manifestações clínicas são sintomas da Síndrome de Ansiedade de Separação (SASA), que ocorre quando os cães são afastados da figura humana de grande apego, às quais possuem uma relação de hipervinculação.
Hipervinculação?
Os cães são animais extremamente sociais. Como consequência disso, têm necessidade de manter contato social e estabelecer coesão no grupo a que pertencem, característica que também é conhecida como comportamento de fixação. Isso pode levar à hipervinculação, quando o cão se torna extremamente dependente de alguma figura humana.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito a partir da observação do comportamento do animal e do seu histórico detalhado. Filmagens dos animais podem ajudar no diagnóstico, mas é importante analisar seu comportamento como um todo. Para descartar outras possíveis causas para as mudanças de comportamento, o médico veterinário pode solicitar exame neurológico, hemograma, exame da tireoide, das fezes e urina.
E como tratar?
Cada caso exige um tratamento personalizado, pensado de acordo com as necessidades específicas de cada animal. Após o diagnóstico, o tratamento pode ser feito a partir de medicamentos, mudanças comportamentais, educação do dono sobre as formas adequadas de promover o bem estar do animal ou manipulação ambiental. Geralmente, é indicada a associação entre todas essas ações.
Nem sempre há uma solução fácil e definitiva, por isso é importante que o dono seja paciente e persistente. E, com a ajuda de um bom veterinário e um especialista em comportamento animal, o cão pode superar esse problema, que é cada vez mais comum.
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