A saúde mental é um tema que vem sendo discutido com cada vez mais seriedade. E o crescente isolamento em que vivemos, mesmo antes da pandemia, tem um papel fundamental para esse problema. Há diversas pesquisas que mostram que a exclusão social pode ser bastante prejudicial à saúde mental. E quais são as saídas possíveis?
Quando alguém se pensa como uma pessoa excluída, isso causa – entre outras coisas – tristeza, incerteza e angústia. Isso está na base de sentimentos de solidão, baixa autoestima e uma dificuldade de enxergar sentido na vida. Como consequência, pessoas que se sentem excluídas podem apresentar comportamento agressivo.
Pensando nisso, os estudiosos do comportamento humano se dedicam há anos para compreender os benefícios da relação humano-animal para a saúde. E os resultados apontam para as seguintes conclusões: a presença de um animal pode reduzir a sensação de solidão e isolamento; a presença de um animal pode proporcionar bem-estar ao melhorar o estado de espírito, a autoestima e a confiança e diminuir a responsividade psicopatológica ao stress.
O ponto que talvez mereça destaque nessas pesquisas é que terapias envolvendo cães, por exemplo, surtem efeito mesmo que a pessoa não possua um. Ou seja, a eficácia dos tratamentos não está ligada à familiaridade com o animal nem à sua posse. A simples presença de um cão no ambiente já tem grande efeito. Sigmund Freud, o criador da psicanálise, sabia muito bem disso, e mantinha seu cão no consultório.
Anedotas
Desde que foram domesticados, os animais ocupam um lugar permanente dentro da nossa sociedade. Não é por acaso que, em um dos textos fundadores da cultura ocidental, a Odisseia, de Homero, o cão ocupa um lugar discreto, mas importantíssimo: ele reconhece o dono, Odisseu, quando este retorna disfarçado após diversos anos de ausência. Esse reconhecimento não é banal e sem importância: é crucial para a afirmação da própria identidade de Odisseu.
E, ao contrário, Freud foi muito impactado em sua velhice, quando seu cão deixou de reconhecê-lo. Devido ao forte odor exalado por seu corpo devido a uma enfermidade, seu cão, antes inseparável, deixou de ver nele o seu dono. O que aconteceu foi o contrário do reconhecimento: um estranhamento, marcado pelo distanciamento e exclusão. Quem tem um pet em casa conhece bem a ligação emocional que se cria com ele. Ao chegar em casa após um dia difícil, seu olhar já causa conforto e amparo, não é?
Fique sempre atento ao comportamento do seu bichinho e procure a Doctor Zoo para uma orientação profissional.
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